Uso consciente do celular garante saúde auditiva
Ondas eletromagnéticas emitidas pelo aparelho estão relacionadas ao surgimento de zumbido e fone de ouvido acelera perda de audição|
De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil tem mais de 250 milhões de linhas ativas na telefonia móvel - aproximadamente 1,30 linha por habitante. Além de permitir a comunicação com outras pessoas, os celulares são utilizados para navegar na internet, jogar e agendar compromissos. Hoje, as pessoas não saem de casa sem o celular, é um item considerado fundamental. Porém, é preciso ficar atento, pois o uso excessivo do aparelho pode prejudicar a saúde, observa a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães.
Diversos estudos científicos apontam malefícios do uso abusivo do celular. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o objeto como ‘possivelmente cancerígeno’ e especialistas ainda apontam a relação das ondas emitidas pelo aparelho com a redução da fertilidade masculina, aumento da temperatura corporal e o surgimento de doenças causadas pelas bactérias e outros micro-organismos presentes no celular. Quando o indivíduo faz uma ligação de um telefone móvel, os olhos, o nariz, os ouvidos e a boca ficam mais expostos às bactérias, afirma.
A audição também pode ser afetada pelas ondas eletromagnéticas, que penetram no corpo e podem provocar pequenas alterações no funcionamento das células. Segundo um estudo divulgado pela Universidade de Viena, usar o celular por 10 minutos diariamente durante quatro anos aumenta em 70% as chances do desenvolvimento de zumbido no ouvido. O zumbido é um ruído que surge sem a presença de uma fonte externa, ou seja, é produzido dentro do organismo, e pode ser percebido nos ouvidos ou na cabeça, explica a médica.
O zumbido é um sintoma que pode ser gerado por mais de 200 doenças e distúrbios diferentes. A perda de audição é uma das principais causas. Rita ressalta que o uso frequente do celular, em especial dos fones de ouvido, aumenta o risco de danos ao sistema auditivo. Ouvir músicas em volume alto e falar durante períodos prolongados no aparelho danifica as delicadas estruturas dos ouvidos. A intensa exposição sonora e o abafamento causado pelos fones contribuem para a morte precoce das células auditivas, unidades estruturais e funcionais que não são repostas pelo corpo, alerta.
A especialista destaca que a perda de audição ocorre de maneira progressiva e o indivíduo não percebe que está ouvindo menos. Com o passar do tempo, as dificuldades aumentam e as pessoas ao seu redor notam que ele já não ouve direito quando o som está um em volume considerado normal. A consulta com um otorrinolaringologista geralmente ocorre quando a perda auditiva já está avançada ou quando surge o zumbido. Os aparelhos auditivos são indicados para melhorar a audição e o tratamento do zumbido varia conforme a sua causa, esclarece.
Uso do celular deve ser consciente
Rita ressalta que usar o celular com moderação ajuda a manter a saúde dos ouvidos em dia e dá algumas orientações. É preferível, por exemplo, mandar mensagens de texto do que fazer uma ligação. Isto mantém o aparelho longe dos ouvidos e da cabeça e diminui o contato das ondas eletromagnéticas com estas regiões. Utilizar o viva-voz é outra forma de reduzir o uso de fones de ouvido. A exposição ao som é menor e a intensidade do ruído também, recomenda a médica, especialista em Otoneurologia e mestre em clínica cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Outra recomendação é não conversar durante muito tempo no celular e usar o telefone fixo sempre que possível para realizar chamadas de longa duração. Trocar o aparelho de ouvido a cada 30 segundos evita o aquecimento da área e reduz os riscos ao sistema auditivo. É importante lembrar que o aparelho é manuseado com as mãos limpas ou sujas. Portanto, o seu teclado deve ser limpo frequentemente. Passar um pano com um pouco de álcool em gel, que evapora rapidamente, ajuda a eliminar as bactérias sem danificar o celular, acrescenta.
Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR
De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil tem mais de 250 milhões de linhas ativas na telefonia móvel - aproximadamente 1,30 linha por habitante. Além de permitir a comunicação com outras pessoas, os celulares são utilizados para navegar na internet, jogar e agendar compromissos. Hoje, as pessoas não saem de casa sem o celular, é um item considerado fundamental. Porém, é preciso ficar atento, pois o uso excessivo do aparelho pode prejudicar a saúde, observa a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães.
Diversos estudos científicos apontam malefícios do uso abusivo do celular. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o objeto como ‘possivelmente cancerígeno’ e especialistas ainda apontam a relação das ondas emitidas pelo aparelho com a redução da fertilidade masculina, aumento da temperatura corporal e o surgimento de doenças causadas pelas bactérias e outros micro-organismos presentes no celular. Quando o indivíduo faz uma ligação de um telefone móvel, os olhos, o nariz, os ouvidos e a boca ficam mais expostos às bactérias, afirma.
A audição também pode ser afetada pelas ondas eletromagnéticas, que penetram no corpo e podem provocar pequenas alterações no funcionamento das células. Segundo um estudo divulgado pela Universidade de Viena, usar o celular por 10 minutos diariamente durante quatro anos aumenta em 70% as chances do desenvolvimento de zumbido no ouvido. O zumbido é um ruído que surge sem a presença de uma fonte externa, ou seja, é produzido dentro do organismo, e pode ser percebido nos ouvidos ou na cabeça, explica a médica.
O zumbido é um sintoma que pode ser gerado por mais de 200 doenças e distúrbios diferentes. A perda de audição é uma das principais causas. Rita ressalta que o uso frequente do celular, em especial dos fones de ouvido, aumenta o risco de danos ao sistema auditivo. Ouvir músicas em volume alto e falar durante períodos prolongados no aparelho danifica as delicadas estruturas dos ouvidos. A intensa exposição sonora e o abafamento causado pelos fones contribuem para a morte precoce das células auditivas, unidades estruturais e funcionais que não são repostas pelo corpo, alerta.
A especialista destaca que a perda de audição ocorre de maneira progressiva e o indivíduo não percebe que está ouvindo menos. Com o passar do tempo, as dificuldades aumentam e as pessoas ao seu redor notam que ele já não ouve direito quando o som está um em volume considerado normal. A consulta com um otorrinolaringologista geralmente ocorre quando a perda auditiva já está avançada ou quando surge o zumbido. Os aparelhos auditivos são indicados para melhorar a audição e o tratamento do zumbido varia conforme a sua causa, esclarece.
Uso do celular deve ser consciente
Rita ressalta que usar o celular com moderação ajuda a manter a saúde dos ouvidos em dia e dá algumas orientações. É preferível, por exemplo, mandar mensagens de texto do que fazer uma ligação. Isto mantém o aparelho longe dos ouvidos e da cabeça e diminui o contato das ondas eletromagnéticas com estas regiões. Utilizar o viva-voz é outra forma de reduzir o uso de fones de ouvido. A exposição ao som é menor e a intensidade do ruído também, recomenda a médica, especialista em Otoneurologia e mestre em clínica cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Outra recomendação é não conversar durante muito tempo no celular e usar o telefone fixo sempre que possível para realizar chamadas de longa duração. Trocar o aparelho de ouvido a cada 30 segundos evita o aquecimento da área e reduz os riscos ao sistema auditivo. É importante lembrar que o aparelho é manuseado com as mãos limpas ou sujas. Portanto, o seu teclado deve ser limpo frequentemente. Passar um pano com um pouco de álcool em gel, que evapora rapidamente, ajuda a eliminar as bactérias sem danificar o celular, acrescenta.
Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR
Som alto nos fones de ouvido pode causar perda irreversível da audição
Os avanços tecnológicos da última década permitiram o surgimento de uma numerosa série de aparelhos eletrônicos. É cada vez mais comum ver pessoas andando nas ruas, se locomovendo no transporte público ou em veículos próprios e no ambiente de trabalho com fones de ouvido. O som em um volume alto, no entanto, pode causar danos irreparáveis à audição.
Rafael Milanez Greco, otorrino do Hospital Conceição, vinculado aoMinistério da Saúde, explica que o uso constante dos fones de ouvido pode causar uma lesão crônica e insidiosa no órgão auditivo. “As pessoas que usam, diariamente, poderão apresentar problemas irreversíveis no futuro. O maior problema é que elas não sabem a intensidade em que está o volume. Muitas vezes é muito elevada. O ouvido já está sendo lesado e o indivíduo nem sabe”, explica o médico.
O especialista usa números para mostrar como o nível do som é preocupante. “Quem trabalha em um ambiente com ruído em torno de 85 decibéis, como o barulho feito por um cortador de grama potente, pode ficar lá por oito horas diárias, com proteção. Se aumentar o volume para 90 decibéis, o período permitido já cai para quatro horas. Aumenta um pouco o som e reduz pela metade o tempo de exposição”, analisa o otorrino, que considera os fones de inserção, aqueles que ficam dentro da orelha, como ‘um pouco piores’ do que os demais. “Ele faz uma pressão direta no ouvido, sem escape”.
O profissional alerta que os problemas causados pelo uso dos fones de ouvidos são evitáveis e atingem principalmente os jovens. Também lembra que em alguns casos, as lesões não são perceptíveis. “Muitas vezes, o primeiro sintoma não é uma perda auditiva, pois a frequência afetada é alta e não aquela que utilizamos diariamente para conversar, por exemplo. As pessoas acabam apresentando sintomas como o zumbido, já com perda auditiva”, esclarece.
Mas não é apenas o uso dos fones com o som alto que pode causar problemas nos ouvidos. Existe uma série de doenças, congênitas e adquiridas, que causam a perda auditiva. “Temos inúmeras formas de problemas congênitos, como as malformações nas orelhas. A pessoa nasce sem a cartilagem. Também há casos mais sutis, em que o órgão auditivo não está formado. As causas adquiridas estão ligadas a doenças como câncer (exposição à quimioterapia e radioterapia), diabetes, sífilis, na tireoide e aids. E também a casos ocorridos no dia a dia, como um trauma acústico na exposição a volumes de grande intensidade (um estampido de um tiro ou uma explosão) ou causado pelo trabalho em locais com grande ruído”, avalia.
Poucas lesões são reversíveis - Não há tratamento medicamentoso nos casos de perda de audição. “Em graus graves e dependendo do estado da audição e do convívio social do paciente, o mais recomendado será o uso de próteses auditivas”, informa o médico. Em alguns poucos casos, porém, as lesões são reversíveis. “Acontecem quando ficamos expostos a volumes altos em um concerto musical, por exemplo. Percebemos pouco depois um chiado no ouvido. Esse transtorno é um estresse vascular que ocorre na orelha interna e reverte. A audição volta ao normal”.
O especialista aponta mais uma dificuldade: a falta de hábito dos brasileiros em realizarem exames auditivos periódicos. “Sempre que houver algum sintoma, como chiado, dor, secreção, que pode ser causada por alguma infecção, nós recomendamos uma avaliação. A partir dos 55 anos de idade, entre 20% e 25% da população pode apresentar um grau significativo de perda auditiva. Entre 75 e 84 anos, esse número pode aumentar para mais de 40%. A partir dos 50 anos, vale a pena uma avaliação dentro do check-up”.
Por outro lado, Rafael Milanez Greco expõe avanços na busca pela solução dos problemas. Segundo ele, os cuidados são cada vez mais precoces. “A triagem auditiva hoje é neonatal. A preocupação com a audição começa na infância. O Governo tomou uma série de medidas que ajudaram a conter causas importantes de surdez, como a campanha de vacinação contra a rubéola e a criação do teste da orelhinha, que é muito importante”, afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário